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Atrizes americanas de filmes pornôs lançam livros contando suas experiências


Habituadas a tirar a roupa diante das câmeras, as atrizes americanas de filmes pornográficos decidiram que é hora de mostrar também, por assim dizer, a alma. Várias delas lançaram livros nos quais relatam suas experiências profissionais ou dão conselhos a quem deseja aperfeiçoar a própria vida sexual. O que tem causado frisson nos Estados Unidos é que essas obras vêm galgando as listas de best-sellers e merecendo uma surpreendente exposição nas livrarias sérias. Impulsionadas pela grande procura por parte do público, elas deixaram o confinamento das seções especializadas em literatura erótica para ganhar as vitrines. Num país onde o puritanismo do tempo dos primeiros colonizadores ainda faz parte do credo oficial, trata-se de uma virada significativa. "Essa nova safra de livros fala abertamente de sexo, mas de forma sofisticada, que atrai leitores mais cultos e não apenas quem está atrás de pornografia", tenta justificar Bob Wietrak, vice-presidente de marketing da Barnes & Noble, uma das maiores redes americanas de livrarias. "Isso explica por que essas obras conquistaram um espaço nobre nas lojas", completa. 

À frente dessa onda literária apimentada está a loiraça Jenna Jameson, que, com quase cinqüenta filmes no currículo, é considerada a mais bem-sucedida atriz dos Estados Unidos em sua especialidade. Há dois meses, Jenna lançou a autobiografia How to Make Love Like a Porn Star (Como Fazer Amor Como uma Estrela Pornô), que vendeu 150.000 cópias e chegou à sétima colocação na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times – na semana passada, permanecia na 13ª colocação. A pretensão "educativa" do livro está expressa no subtítulo: Uma História que Serve de Aviso. Em suas páginas, Jenna relembra os tempos em que era stripper em casas noturnas de Las Vegas e sonhava em atingir fama mundial. Para isso, escreve, precisou superar os traumas de um estupro por parte de um parente do ex-namorado e a dependência de drogas. O relato, segundo a autora, pretende servir de admoestação a todas as garotas que desejam seguir-lhe os passos na profissão. "Há um alto preço a pagar", ela adverte, em tom de revelação. 

Com ambições didáticas de outra natureza, as atrizes da Vivid Entertainment, uma produtora americana de filmes eróticos, escreveram a dezesseis mãos How to Have a XXX Sex Life (Como Levar uma Vida Sexual de Filme Pornô). O livro é um apanhado de depoimentos das atrizes, que, com vasta experiência no assunto, dão dicas aos leitores que querem tirar melhor proveito do sexo – com a namorada ou com a esposa, é claro. Entre outras coisas, sugerem diferentes posições, contam como alguns brinquedos podem ser usados entre quatro paredes e ensinam a melhor forma de proporcionar prazer ao parceiro. "Sugiro que as pessoas leiam o livro ao lado do companheiro e coloquem em prática as dicas na ordem em que elas aparecem", disse a VEJA uma das autoras, Savanna Samson. O livro já vendeu mais de 130.000 cópias.

Cifra idêntica foi alcançada por Star (Estrela), rebento literário de uma atriz popular também entre os brasileiros: Pamela Anderson. Conhecida pelos seios turbinados e pela participação no seriado SOS Malibu, Pamela ganhou status internacional quando uma fita em que aparece fazendo amor na lua-de-mel com seu então marido, Tommy Lee, baterista da banda Mötley Crüe, chegou à internet e virou uma febre. Na seqüência, o vídeo com as imagens vendeu mais de 200.000 cópias. Em Star, Pamela cria um alter ego para contar sua história e aborda desde as cirurgias para colocar silicone no busto até as brigas – físicas, ressalte-se – com o ex-marido violento. 

Pelo perfil de seu time de autores, vê-se que a nova literatura erótica americana é um subproduto do cinema pornográfico, indústria que movimenta cerca de 10 bilhões de dólares anuais – contra 35 bilhões de Hollywood – e, portanto, tem poder de fogo para transformar suas estrelas em ícones pop. O sucesso desses livros também se explica pelo fato de que nunca o sexo foi tão popularizado – e banalizado – pelos meios de comunicação. Se antes, para ter acesso à pornografia, era preciso recorrer a seções especializadas de livrarias baratas ou esgueirar-se por sex shop, hoje a internet a tornou acessível a um toque de mouse. Por outro lado, a propaganda nunca recorreu tanto a modelos semidespidos, e até os filmes para adolescentes têm no sexo – mesmo camuflado pelo humor – um de seus ingredientes principais. "Esse novo filão de livros eróticos não apela para disfarces tolos. Eles falam de sexualidade com determinação e confiança, atitudes típicas das mulheres de hoje", teoriza Malaika Adero, da editora americana Atria, que nos últimos meses vendeu 1 milhão de exemplares de três obras do gênero. Em tempos passados, era comum aparecerem livros esparsos que inflamavam discussões sobre moralidade, sexo e limites da pornografia. Foi assim, por exemplo, com O Amante de Lady Chatterley, de D.H. Lawrence, e Trópico de Câncer, de Henry Miller. Hoje, obras com conteúdo erótico já não provocam discussões desse tipo – nem mesmo quando chegam às listas das mais vendidas e são expostas em vitrines de livrarias nobres. É o efeito Jenna Jameson.

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