Elas falam se aceitariam um homem com filhos de outra mulher

O primeiro encontro é o momento quando acontece a troca de informações. Idade, profissão, hobbies e experiências são assuntos que não faltam na ocasião. No entanto, falar do passado tem certas restrições. Contar como foi romântico ou trágico o último relacionamento é o mesmo que excluir a possibilidade do próximo encontro; filhos, então, são raramente incluídos na conversa. Mas para as mulheres entrevistadas pelo terra o assunto não deve ser tratado como tabu e ter um filho não necessariamente afasta a pretendente. 

"A gente sempre busca um que não tenha, sempre tem um preconceito e dá um pé atrás. Mas, para mim é tranquilo, porque eu tenho uma filha de oito anos", contou a coordenadora de ensino Tatiane Moreira. Para ela, namorar um homem com filho de outra mulher não seria um problema. "Gosto de crianças. Eu veria como uma companhia para minha filha", disse ela.

Para a coordenadora de planejamento social media, Mônica Munuera, a situação atual da sociedade não obriga mais o homem e a mulher a ficarem juntos se não estão mais felizes. "Eu acho que o fato do homem ter filho com outra mulher só atrapalha o relacionamento no caso de mulheres que não se sentem seguras de um modo geral", contou. Mônica se casou recentemente com um homem pai de um menino de 10 anos, filho de outra mulher, e nunca teve problemas. 

Porém, as entrevistadas afirmaram que somente aceitariam se o relacionamento antigo não atrapalhasse o compromisso atual. "Depende de como é a relação dele com a ex-mulher. Se eles brigarem muito ou forem muito próximos, acho complicado", opinou a jornalista Carolina Castro. Além disso, o comportamento do filho diante do novo relacionamento também influenciaria, segundo ela. "Se a criança é novinha é mais fácil, porque não entende o que está acontecendo, mas a partir de uns 10 anos, pode implicar", disse.

O Homem e a ex
Tatiane não tem ciúmes, ela é do pensamento: "se fosse bom, estariam juntos". Para ela, quando existe um filho entre o casal é mais difícil de eles voltarem, pois a decisão implica em uma série de complicações. "Ter caso com a ex-mulher é mais pesado, tem muita briga financeira e muita dor de cabeça", afirmou. Apesar de tolerante, tem uma coisa que ela não aceitaria: "quando a ex-mulher liga, chama o pai da criança dizendo que ela está doente, quando ele chega lá não é nada daquilo e ela pede para voltar. Usa o filho para se reaproximar", exemplificou.

"Ele tem que se relacionar com ela apenas porque ela é mãe do filho dele. Algo saudável", disse Carolina. De acordo com a jornalista, não cabe a ex ligar com muita frequência, tampouco encontros a dois. A relação deve ser "formal", disse ela. A dona de casa Munik Rodrigues não vê problemas em o marido ter filho com outra mulher. "Acho que é só saber separar as coisas, pois ele já tinha o filho antes", explicou. Porém, fazer programas como se eles ainda fossem um casal é inaceitável.

"A gente sabe que filho é para a vida toda e que no mínimo um contato cordial com a ex o cara deve ter", explicou Mônica. "Agora, se a moça vier com essa história de querer virar amiga e tal, cabe à gente brecar isso", completou. Segundo ela, deve haver respeito entre eles, mas nada além disso. "Ele tem que entender que o relacionamento com a mãe é outro, mas que será o pai para sempre. Nada de querer ficar amiguinho da ex só pra agradar o boy", acrescentou.

Outro ponto que Mônica ressaltou é o papel da "madrasta" em meio a este relacionamento. Não se pode assumir a autoridade e educação que a criança recebe da mãe, "nosso papel é ser colega, não mãe número dois", disse ela. Quando a criança é mais velha, é natural que sinta ciúmes do pai, mas cabe à "madrasta" compreender e tentar criar um laço de amizade para que todos vivam em harmonia.

Fonte: Terra