Uma droga criada como antidepressivo se mostrou eficiente no tratamento da baixa libido em mulheres.
Em testes, o flibanserin mostrou ser capaz de aumentar a libido em mulheres testadas que reportavam pouco desejo sexual. No geral, elas tiveram aumento significativo na libido e na quantidade de experiências sexuais satisfatórias.
Assim como o Viagra, droga masculina que trata a disfunção erétil, o poder do flibanserin foi descoberto sem querer. Enquanto a pílula azul era testada para tratamentos de pressão, a nova droga deveria tratar a depressão quando foi constatado um dos efeitos colaterais.
Daí o apelido de “Viagra para mulheres” dado pela equipe de pesquisadores liderada por John M. Thorp Jr., da Universidade da Carolina do Norte: a queda na libido é o problema sexual mais comum entre as mulheres, da mesma forma que a disfunção erétil é para os homens.
Nos Estados Unidos, a falta de desejo sexual afeta de 9% a 26% das mulheres; no Brasil, segundo Projeto Sexualidade (ProSex) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, 22% das mulheres de todas as idades têm problemas relacionados ao desejo sexual.
Com o flibaserin, quatro testes foram realizados nos Estados Unidos, Canadá e Europa com1946 mulheres em pré-menopausa com mais de 18 anos. Elas foram divididas para receber placebo e a droga durante 24 semanas, com quatro semanas de acompanhamento pré tratamentoe o mesmo período de tempo de medições e acompanhamentos após.
Inicialmente, foram usadas quatro dosagens: 25 miligramas duas vezes ao dia, 50 miligramas uma vez antes de dormir, 50 miligramas duas vezes ao dia e 100 miligramas antes de dormir. As dosagens que totalizavam a ingestão de 50 miligramas ao dia não se mostraram eficiente, mas as de 100 sim. Os resultados, portanto, se referem a três dos quatro grupos de testes baseados em dosagens de 100 miligramas uma vez ao dia.
Os testes mediram mudanças em seis variáveis, entre elas o número de eventos sexuais satisfatórios, o nível de desejo, o nível de estresse relacionado às disfunções e medições específicas da libido.
A conclusão é a de que as mulheres tratadas com flibanserin uma vez ao dia, quando comparadas às que ingeriram o placebo, tiveram uma melhora significativa no número de relações sexuais satisfatórios e no desejo sexual, além da diminuição do estresse relacionado às disfunções.
Esses são os primeiros testes que comprovam a eficácia de uma terapia que atua no cérebro aumentando a libido em mulheres que se queixavam de pouco desejo sexual. O flibanserin ainda é uma droga experimental, não comercializável, mas os resultados do estudo foram apresentados em um Congresso da Sociedade Européia de Medicina Sexual, em Lyon, França.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor, comentários obscenos ou que contenham alguma forma de publicidade, não autorizada pela administração, poderá ser excluído do nosso blog e dificultará futuras parcerias.
Assinar os comentários com o link do seu blog ou site é perfeitamente aceitável.