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Nova versão da camisinha feminina promete!

A camisinha feminina, que era uma grande esperança para tentar vencer o machismo dos países pobres e ajudar no combate à Aids, simplesmente não pegou. Casais do mundo inteiro reclamaram que era difícil de usar, esquisita, barulhenta e escorregadia. Agora, os cientistas estão tentando de novo. Um novo design, muito parecido com o antigo numa ponta e totalmente diferente dele na outra, foi desenvolvido -- e seus criadores esperam que ele tenha sucesso onde seu predecessor falhou.

"Nos últimos 15 anos, nunca ouve concorrência nem um produto de segunda geração", diz Michael J. Free, chefe de tecnologia da ONG Path, de Seattle (Estados Unidos). A organização foi responsável por redesenhar a camisinha feminina. "Nunca faltou interesse, mas nós ficamos parados no tempo", afirma ele.

Entretanto, o novo design ainda não venceu a principal desvantagem que condenou a versão anterior ao fracasso: não dá para usá-lo em segredo. É por isso que as mulheres casadas, hoje um dos principais grupos de risco de Aids nos países pobres, raramente usam a camisinha feminina.

"Não quero que meu marido saiba que estou usando uma camisinha", diz Lois B. Chingandu, diretora da SAfaids, organização anti-Aids do Zimbábue. "É quase impossível conversar sobre o uso de preservativos dentro do casamento" na África, acrescentou ela. "É algo associado com sexo casual. Se a esposa usa uma camisinha, a mensagem que ela passa é que foi infiel."

 Vantagens
No entanto, para os casais que concordarem em usar camisinhas, e para profissionais do sexo cujos clientes cooperarem, o novo design tem várias vantagens. A nova camisinha feminina é feita com poliuretano mais fino e suave, que melhora a transmissão de calor. É mais fácil de inserir: a ponta é muito fina, enquanto o design antigo parecia mais um diafragma e precisava ser dobrado na forma de um 8 para ser colocado dentro do canal vaginal.

Durante o sexo, a movimentação do preservativo também é mais natural, de acordo com casais americanos, tailandeses, mexicanos e sul-africanos que o testaram. O novo design possui pontos de espuma adesiva que aderem às paredes vaginais, expandindo-se junto com eles durante a excitação sexual. Segundo a Path, mais de 90% dos casais se disseram satisfeitos com o produto. 

O problema agora, no entanto, é conseguir aprovação da FDA, a agência americana que regula a comercialização de fármacos e alimentos. Enquanto as exigências de controle de qualidade das camisinhas masculinas exigem apenas provar que elas não estão furadas nem vão estourar, as femininas são classificadas num nível de segurança mais elevado. Isso significa que elas teriam de passar por testes clínicos, o que custaria até US$ 6 milhões -- dinheiro de que a ONG criadora do novo design não dispõe.

Outro obstáculo importante é o custo da camisinha feminina, pois sua matéria-prima é mais cara que o látex empregado nos preservativos masculinos.
Donald G. McNeil Jr. Do 'New York Times'

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